segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A TURMA DE TRÁS




Ao ler o artigo “A Turma de Trás”, identifiquei-me com as histórias contadas pelo autor, sobre sua vida acadêmica, afinal de contas quem já não fez parte da turma do “fundão”?. Seja para fazer bagunça e “avacalhar” a aula, como muitos fazem, seja somente pelo fato de não se sentir bem em estar na frente da turma, nos lugares onde se exige uma maior concentração dos alunos.

Contando um pouco de sua história o autor nos faz pensar, sobre a maneira como vemos a organização de nossas salas de aula. Como nos diz Brandão (in MORAIS, p.105, 1996) “na cabeça de quase todo mundo a sala de aula admite espacialmente uma única oposição: a mesa do professor versus o lugar coletivo dos alunos”. O que percebemos hoje é que esta disposição vem sendo posta a baixo por inúmeras inovações arquitetônicas, e pedagógicas. Ou será que estou errada??!!!!

Com uma linguagem bastante acessível, e muitas vezes engraçada, Brandão traz a tona todas as coisas que fez durante a vida acadêmica, dizendo que os “bons alunos” ou aqueles que sentam na frente da mesa do professor, não tem muita coisa boa para contar de sua vida de estudante, afinal de contas é na turma de trás que toda diversão acontece. Mas o que podemos pensar e refletir, é algo que acredito ser muito importante, será que a turma de trás apenas se diverte ou também aprende e produz discussões interessantes?!

Lendo este artigo, começo a lembrar de meu tempo de escola, onde também fiz parte da turma de trás, estava lá não pelo fato de poder fazer bagunça, mas encontrava no fundo da sala um refugio, onde o professor não estava tão presente, e assim não questionava. Pelo fato de ser muito tímida naquela época não gostava muito de perguntar e nem de participar, quando tinha alguma duvida guardava para mim, até o momento em que estivesse somente eu e o professor. Por esse motivo acho muito interessante que nos reportemos a turma de trás com um outro olhar, tentando entender realmente por que aqueles alunos gostam mais do fundo da sala.

Neste sentido devemos encarar a turma de trás de acordo com as palavras do autor não como os transgressores, mas devemos aprender com a sabedoria desses transgressores, os princípios e as estratégias de relacionamento entre as pessoas, e o principal como tornar o domínio da norma escolar pelo menos suportável.



MORAIS, Régis de (org). SALA DE AULA:que espaço é esse? Campinas. SP. Ed. 10.
 
Por: Cristina

5 comentários:

  1. Acredito que você foi mito feliz em suas colocações. Pois por alguns motivos "extremos" que acontecem no dia-a-dia da escola, nós temos o hábito de generalizar as situaçõs ocorridas, assim também acontece com a turma de trás.
    Não podemos dizer que na turma de trás não ocorre ensino e aprendizagem, há casos onde os que estão nas primeiras carteiras estão mais dispersos do a a turma do "fundão". Acredito que a aprendizagem ocorre em qualquer momento e lugar basta o interesse e boa vontade de que está lá para aprender.
    Como educadora penso que devemos estar preparados para diversas situações do cotidiano escolar e antes de julgar, devemos conhecer, diagnosticar pois este é um aspecto fundamental no processo de ensino e aprendizagem.

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  2. Olá Cristina! Fico feliz em saber que o texto a instigou a olhar sua trajetória de aluna, possibilitando ressignificar o olhar sobre os "territórios"ocupados pelos alunos em sala de aula. Importante quando você nos alerta a olharmos a sala sem qualquer preconceito. Concordo com a Janine quando diz que precisamos estar abertos e conhecer nossos alunos sem qualquer julgamento.
    Bjs
    Profa.Rosângela

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  3. Gostei do enfoque do texto "A turma de Trás". Ele se reporta a um tipo de aluno que em épocas passadas era tida como aluno rebelde, ou pelo menos, não os melhores alunos.Como bem diz o texto, esse conceito de alunos do fundo da sala, está tendo seus dias findados, pois, a disposição física e até a disposição de interação e de atuação dos alunos. Hoje os alunos tem muito mais atuação e interação entre a turma, o que disfaz a idéia de a turma de tráz, é uma turma isolada do restante da turma.
    Outro ponto relevante é o tipo de relacionamento que hoje ocorre entre professor e aluno. Hoje o professor não é mais um ser tão diferente do aluno. E o ensino também acontece de uma forma mais interativa e colaborativa entre professor e alunos.
    Bem interessante o assunto, parabéns pela iniciativa.

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  4. Lendo os comentários, me reporto ao projeto de pesquisa da colega Jucinéia, onde ela diz que a relação professor e aluno deve ser mantida de maneira horizontal e não vertical,sendo indiferente se o aluno encontra-se na ultima ou na primeira fila, todos são iguais apesar de terem suas particularides, mas todos tem muito a contribuir com a aula. E fico feliz em perceber atráves de alguns comentärios que o professor já não se ve como um ser superior aos seus alunos.

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  5. Lendo este texto em que ela fala da sua necessidade de sentar-se com a "turma do fundão" não por bagunça mas como refuúgio, nos faz refletir também os vários motivos que podem levar uma aluno a sentar-se mais aos fundos como refpugio, medo muitas vezes do próprio professor, necessidade de dialogar com quem geralmente faz isso o tempo todo, discordar das opiniões dos alunos mais da frente...nem sempre a bagunça é o ponto chave...eu por exemplo gostava do papo que na maioria das vezes era sobre assuntos ligados à área de estudo. O que na frente com tanta atenção, ninguém me dava bola.

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