Acadêmica:Sandra Silvestre da Paz
No texto, o autor aborda a importância do lúdico na sala de aula iniciando o jogo, o "jogo do saber" podemos praticá-las em vários lugares, em todo e qualquer espaço social. Nas salas de aula esse espaço deveria ter privilégio para se exercer. Apontaremos algumas características do jogo dentro da sala de aula.Quando falo do jogo do saber, estou tentando recuperar a ludicidade no processo ensino-aprendizagem. Lembro no texto que a palavra "ludus" significa jogo, divertimento. Em Japonês atividade lúdica significa: jogo, brinquedo e brincadeira provoca prazer e não tem caráter produtivo" em termos materiais.
Mas muitas vezes, o lúdico vem sendo negado cada vez mais precocemente, e isso acontece também nas salas de aula de educação infantil.
Mas perguntamos procurar eliminar o lúdico cada vez mais cedo da vida das crianças, não seria uma forma de depressão? Se a resposta for afirmativa a escola e as relações estabelecidas na sala de aula, vem contribuir com eficácia nesse processo.
Viver o lúdico na escola é viver o momento, o presente e o agora. Segundo Huizinga, “ a atividade lúdica entre outras características, tem um poder de fascinar aqueles que com ela se envolvem, definimos pela alegria, prazer de sua vivência, esse jogo do saber é uma alternativa para fugir da alienação.
O “Jogo da boca do forno” ou Farão tudo o que o seu mestre mandar?
O professor que adota características lúdicas na escola encontra resistência, pois há quem acredite que o brinquedo, o jogo perturbem a ordem causando a desordem e indisciplina, mas ao contrário dessa hipótese, citamos Huizinga que diz que “o verdadeiro jogo em si “cria ordem e é ordem” uma ordem eficaz para o aprendizado dos alunos.
Jogar significa colocar algo em jogo, muitas vezes o professor autoritariamente um jogo só seu regras estabelecidas impostas, dos alunos de maneira direta e camuflada.
É preciso que o professor entenda que no processo pedagógico não há danos do saber que ao educar ele também se educa. Paulo Freire afirma que sem a coragem de correr riscos, não existe educador. E jogar significa correr riscos.
O “Jogo do sério”
Há uma grande dificuldade de falar sobre o lúdico pois percebemos que por alguns não é considerado coisa séria, onde muitas vezes cria-se uma barreira muito forte, na sala de aula se dá o lúdico no sentido de dedicação ou atribuir significados pois o trabalho com ludicidade requer do professor dedicação e seriedade.
Outro equívoco que ocorre é quando pensamos que o professor que se fantasia de lúdico, o processo educativo, esquecendo o conteúdo e preocupando-se só com “o aprender a aprender”. Acreditamos em que há espaço para a ludicidade na sala de aula, também para manifestação do dia-a-dia e não só com datas comemorativas. Como diz Rubem Alves “o estudar com gosto e não com amargura de períodos maçantes em que se faz tudo por obrigação.
Devíamos perguntar quais as oportunidades de vivências lúdica que os educadores tem no seu cotidiano?Não seria na sala de aula também um espaço para a sua própria vivência pessoal com mais sabor?
As pesquisas de Piaget que ele é fundamental para o pensamento lógico, autonomia, linguagem e socialização.
O Jogo da verdade
O professor tem na sala de aula um lugar privilegiado, pois a atuação do educador não requer só a sua competência técnica mas um compromisso político, e por isso é que se pensa em recuperar o lúdico, denúncia pela cotradição com o prazer, para que a esperança não morra, através da resistência da festa.
Através dessa preocupação é importante valorizar o processo ensino-aprendizagem e não apenas o produto final. Pois Rubem Alves afirma que “só aprendemos o que nos dá prazer, pois é a partir das vivências que surgem a disciplina com a vontade de aprender, pois é evidente que quando o prazer está ausente que a ameaça se torna necessária (Histórias de quem gosta de ensinar, p.106).
Gosto muito das palavras de Paulo Freite “a disciplina não se impõe, se parteja, e se parteja na relação dialética, contraditória entre autoridade e liberdade”, sobre educação: diálogos, p.65).
Nessa perspectiva o educador deverá optar por considerar a sala de aula como local de cumprimento de tarefas, ou espaço de diálogos a vivências e convivências.
Nossa caminhada é andar o estar com na educação: vamos então repartir a alegria, o prazer de estar na escola, pois o aluno precisa estar motivado, sentir vontade, felicidade em estar na escola, pois a escola é um lugar de alegria lindo. E para finalizar acrescento uma frase de Paulo Freire que considera essencial para a nossa caminhada enquanto educadores (Sobre educação, diálogos, p.84-85) “ o educador não pode cansar de viver, a alegria do educando (...) no momento em que ele já não se alegra, não se arrepia, diante de uma alegria da descoberta, é que ele já está ameaçado de burocratizar a mente”.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
A sala de aula: da angústia do labirinto a fundação da liberdade
Acadêmica: Daiana C. Mariano
O que pretendemos com essa resenha não é construir a teoria sobre educação formal da escola ou sobre a aprendizagem, mas sim desenvolver possíveis alternativas no qual a criança possa pensar e refletir sobre suas práticas em sala de aula deve deixar o preconceito de lado e estar sempre procurando se atualizar e não somente seguir regras impostas, no qual a sala de aula é um lugar de diálogo, reflexão e aprendizagem.
Quando falamos em sala de aula, entendemos que é um lugar onde as crianças vão para aprender, mas muitas vezes a sala de aula é vista como um lugar onde o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende, é por isso que devemos tirar as máscaras, e fazer valer a nossa capacidade de ensinar o qual devemos formar crianças criativas para viver em sociedade.
Pensamos em novas técnicas e métodos para aperfeiçoar nosso ensino-aprendizagem, devemos pensar de forma que envolve o seu cotidiano, pois quando realizamos atividades envolvendo a sua realidade o aluno terá um maior rendimento, no qual ele poderá interagir e questionar junto ao seu professor.
A sala de aula é o primeiro lugar para fazer a transformação, é o lugar de buscar iniciativa de algo novo, é um espaço de ação onde está aberto a novas idéias, onde o professor deve deixar de ser acomodado e inovador, criativo e que cative seus alunos para que eles gostem de vir a escola e se tornarem críticos.
A sala de aula não deve ser vista como um espaço de repressão mas sim um espaço de aprendizagem, renovação, pois a busca pelo saber é prioridade de todos. Portanto, quando o indivíduo se insere na sociedade vão aparecer dificuldades e ele deve estar preparando para lidar com essas situações , e é através dessa teoria que ocorre a aprendizagem, no qual o indivíduo após superar suas dificuldades irá criar em cima de seus problemas soluções para resolvê-lo, a sala de aula é um lugar de diálogo, uns com os outros e com o mundo, onde acontece a interação entre todos eles e aprendem a ver o mundo e a conhecer a sua realidade onde eles ampliam sem cessar a sua relação entre espaço revolucionário. É evento da relação que acontece a transmissão do conhecimento, conteúdos e culturas, onde cada um deve descobrir balizas para o seu existir.
Falamos tanto em liberdade, mas essa liberdade irá se dar a partir do momento que nós rompermos com as amarras já impostas, ou seja, “teorias, métodos antigos”, devemos estar abertos a novos métodos e técnicas e deixar de lado o educador acomodado, ir em busca de algo novo, sem preguiça, voltar a pensar, ser criativo em suas aulas e não seguir planejamentos de 10,20 anos atrás e sim produzir novos planejamentos, novos jeitos de ensinar, mostrando que todos temos a capacidade de mudar a realidade.
A sala de aula deveria ser pensada como o árduo caminho que leve da angústia de labirinto à fundação da liberdade.
O que pretendemos com essa resenha não é construir a teoria sobre educação formal da escola ou sobre a aprendizagem, mas sim desenvolver possíveis alternativas no qual a criança possa pensar e refletir sobre suas práticas em sala de aula deve deixar o preconceito de lado e estar sempre procurando se atualizar e não somente seguir regras impostas, no qual a sala de aula é um lugar de diálogo, reflexão e aprendizagem.
Quando falamos em sala de aula, entendemos que é um lugar onde as crianças vão para aprender, mas muitas vezes a sala de aula é vista como um lugar onde o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende, é por isso que devemos tirar as máscaras, e fazer valer a nossa capacidade de ensinar o qual devemos formar crianças criativas para viver em sociedade.
Pensamos em novas técnicas e métodos para aperfeiçoar nosso ensino-aprendizagem, devemos pensar de forma que envolve o seu cotidiano, pois quando realizamos atividades envolvendo a sua realidade o aluno terá um maior rendimento, no qual ele poderá interagir e questionar junto ao seu professor.
A sala de aula é o primeiro lugar para fazer a transformação, é o lugar de buscar iniciativa de algo novo, é um espaço de ação onde está aberto a novas idéias, onde o professor deve deixar de ser acomodado e inovador, criativo e que cative seus alunos para que eles gostem de vir a escola e se tornarem críticos.
A sala de aula não deve ser vista como um espaço de repressão mas sim um espaço de aprendizagem, renovação, pois a busca pelo saber é prioridade de todos. Portanto, quando o indivíduo se insere na sociedade vão aparecer dificuldades e ele deve estar preparando para lidar com essas situações , e é através dessa teoria que ocorre a aprendizagem, no qual o indivíduo após superar suas dificuldades irá criar em cima de seus problemas soluções para resolvê-lo, a sala de aula é um lugar de diálogo, uns com os outros e com o mundo, onde acontece a interação entre todos eles e aprendem a ver o mundo e a conhecer a sua realidade onde eles ampliam sem cessar a sua relação entre espaço revolucionário. É evento da relação que acontece a transmissão do conhecimento, conteúdos e culturas, onde cada um deve descobrir balizas para o seu existir.
Falamos tanto em liberdade, mas essa liberdade irá se dar a partir do momento que nós rompermos com as amarras já impostas, ou seja, “teorias, métodos antigos”, devemos estar abertos a novos métodos e técnicas e deixar de lado o educador acomodado, ir em busca de algo novo, sem preguiça, voltar a pensar, ser criativo em suas aulas e não seguir planejamentos de 10,20 anos atrás e sim produzir novos planejamentos, novos jeitos de ensinar, mostrando que todos temos a capacidade de mudar a realidade.
A sala de aula deveria ser pensada como o árduo caminho que leve da angústia de labirinto à fundação da liberdade.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
AS IDEOLOGIAS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Acadêmica: Jucineia Narciso dos Santos
Na sociedade em que vivemos circulam diferentes formas de expressar um pensamento, além de livros escritos em prosa, existem as histórias em quadrinhos. Geralmente este recurso é utilizado para atingir o público infantil, adolescente, mas não deixa de compor o acervo literário de muitos adultos.
As histórias em quadrinhos apresentam uma estreita relação com a realidade social, além da função de lazer e entretenimento. De acordo com Aranha e Martins (2000, p.46), “além da função de entretenimento e lazer, tem também a função mítica e fabuladora característica das obras de ficção e ainda preenchem funções estéticas, pois se trata de uma nova linguagem artística”.
Neste contexto, é importante refletir a cerca da ambigüidade apresentada pelas histórias em quadrinhos, ao mesmo tempo em que pode servir a consciência, serve a alienação, tanto pode levar ao conhecimento, tanto é criativo como também paralisadora.
As histórias em quadrinhos são muitas vezes utilizadas como recurso de leitura em salas de aula, principalmente com turmas dos anos iniciais. Desta forma, cabe ao professor conhecer este tipo de linguagem e antes de levar para os alunos é imprescindível que faça uma análise sobre as ideologias presentes, para que possam refletir sobre as leituras de modo a despertar nas crianças o senso critico, pois segundo Ariel Dorfman e Armand Mattelart, a leitura das histórias em quadrinhos não era tão inocente assim como se pensava.
Este tipo de texto é marcado por ideologias refletindo o sistema presente na sociedade, podendo criticar as formas de discriminações ou perpetuar as diferenças sociais, fazendo com que as pessoas naturalizem as desigualdades ou as formas de vida alienando-se na conformidade e passividade política. Pode-se citar as histórias em quadrinhos da turma da Disney, onde a sociedade é representada uniformemente, estática e harmônica, sem diferenças de classes, mostrando situações que são a negação do cotidiano, do dia-a-dia de cada pessoa. Aliás, parece que algumas personagens não trabalham nunca, e não sabemos muito claramente de onde vem o seu sustento. Geralmente, a classe proletária não é representada por nenhuma personagem da mesma forma que a vida no campo é enfatizada sobretudo no aspecto do lazer, e não da produção.
Contrapondo estes aspectos podem-se analisar as tiras da Mafalda onde há a sua volta uma pequena corte de personagens mais “unidimensionais”: Manolito, o menino plenamente integrado num capitalismo de bairro, absolutamente convencido de que o valor essencial no mundo é o dinheiro; Filipe, o sonhador tranqüilo; Susanita; a doente de amor maternal, perdida em sonhos pequeno-burgueses. E, depois, os pais de Mafalda, resignados, que aceitaram a rotina diária e, além disso, instigados, provocados pelos questionamentos da Contestadora Mafalda que não aceita as condições impostas pela sociedade.
As tiras da Mafalda, “Criança rebelde”, escrita e desenhada por Quino, humorista argentino, é conhecida além do público argentino, ultrapassando fronteiras chega no Brasil e outros paises. Nestas tiras Quino revela a idéia da menina atrevida, que possui ideais políticos e questiona o papel da educação revelando muitas críticas à escola.
Segundo Umberto Eco, “Mafalda é o personagem dos anos sessenta, podendo ser definida como contestadora, uma heroína “ enraivecida” que recusa o mundo tal como é”. A personagem pertence a um país repleto de contrastes sociais, demonstra idéias confusas sobre política e mostra-se insatisfeita com o sistema. As histórias em quadrinhos assumem a função questionadora de costumes, onde Mafalda reflete a tendência de uma juventude inquieta.
No olhar da Mafalda a sala de aula é representada por meio de uma educação tradicional, onde o professor é o centro do processo educativo, até as carteiras são dispostas em filas com os alunos sentados um atrás do outro. Há muitas criticas a respeito do processo de alfabetização. Mafalda se incomoda com as leituras que a professora lhe indica e reflete o porquê não escrevem livros com a linguagem das crianças?Pois é obrigada a ler frases sem sentido como, por exemplo “Ema vê a mesa da sala de estar”, sendo que estes tipos de leitura não acrescentam nenhum tipo de conhecimento a não ser a decodificação das letras. É de se pensar por que não alfabetizar com leituras que façam sentido e tenha significado para o aluno.
A escola, nas histórias em quadrinhos da Mafalda, aparece como lugar pouco atrativo e cansativo. Muitos dos amigos da Mafalda resistem em ir para a escola.
As criticas aos professores e ao currículo são acentudas, mostrando que o conteúdo trabalhado na escola não condiz com a realidade social. Susanita fica possessa em ter que preencher uma página de risquinhos e reflete que com professores deste tipo o país jamais irá para frente. Mafalda quer aprender a ler jornais e quer saber o que está acontecendo no mundo e é obrigada na escola aprender coisas sem sentido desconectada da realidade.
As tiras da Mafalda mostra o descontentamento com a educação e alerta para a necessidade de um redimensionamento da função da escola, para que ocorra uma transformação do meio social repleto de contrastes sociais, já que estamos vivendo em uma sociedade em constantes avanços tecnológicos, citadas por muitos autores como a sociedade do conhecimento e da inovação.
As tiras da Mafalda nos provocam a questionar sobre o que fazer quando vivemos em uma sociedade repleta de contradições, denominada “ sociedade do conhecimento”, contrastando com a marginalização de muitas pessoas, que buscam na sociedade da sobrevivência manter-se vivo.
Esta é a contradição da educação para classe trabalhadora! Que educação estamos oferecendo às crianças? Que escola? Que concepção de ensino e aprendizagem fundamenta nosso trabalho? Ou ainda, como lidamos com as “Mafaldas” que existem na nossa sala de aula?
São nas contradições criadas pela sociedade capitalistas que podemos criarmos espaços de resistências e construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Para tanto, precisamos deixar renascer em cada um de nós o espírito contestador da Mafalda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filisofando: introdução à filosofia.2 ed. São Paulo: Moderna,1993.
QUINO. Toda a Mafalda; [tradutores Andréa Stahel M. Da Silva...et. al.]. São Paulo: Martins Fontes,1993.
Na sociedade em que vivemos circulam diferentes formas de expressar um pensamento, além de livros escritos em prosa, existem as histórias em quadrinhos. Geralmente este recurso é utilizado para atingir o público infantil, adolescente, mas não deixa de compor o acervo literário de muitos adultos.
As histórias em quadrinhos apresentam uma estreita relação com a realidade social, além da função de lazer e entretenimento. De acordo com Aranha e Martins (2000, p.46), “além da função de entretenimento e lazer, tem também a função mítica e fabuladora característica das obras de ficção e ainda preenchem funções estéticas, pois se trata de uma nova linguagem artística”.
Neste contexto, é importante refletir a cerca da ambigüidade apresentada pelas histórias em quadrinhos, ao mesmo tempo em que pode servir a consciência, serve a alienação, tanto pode levar ao conhecimento, tanto é criativo como também paralisadora.
As histórias em quadrinhos são muitas vezes utilizadas como recurso de leitura em salas de aula, principalmente com turmas dos anos iniciais. Desta forma, cabe ao professor conhecer este tipo de linguagem e antes de levar para os alunos é imprescindível que faça uma análise sobre as ideologias presentes, para que possam refletir sobre as leituras de modo a despertar nas crianças o senso critico, pois segundo Ariel Dorfman e Armand Mattelart, a leitura das histórias em quadrinhos não era tão inocente assim como se pensava.
Este tipo de texto é marcado por ideologias refletindo o sistema presente na sociedade, podendo criticar as formas de discriminações ou perpetuar as diferenças sociais, fazendo com que as pessoas naturalizem as desigualdades ou as formas de vida alienando-se na conformidade e passividade política. Pode-se citar as histórias em quadrinhos da turma da Disney, onde a sociedade é representada uniformemente, estática e harmônica, sem diferenças de classes, mostrando situações que são a negação do cotidiano, do dia-a-dia de cada pessoa. Aliás, parece que algumas personagens não trabalham nunca, e não sabemos muito claramente de onde vem o seu sustento. Geralmente, a classe proletária não é representada por nenhuma personagem da mesma forma que a vida no campo é enfatizada sobretudo no aspecto do lazer, e não da produção.
Contrapondo estes aspectos podem-se analisar as tiras da Mafalda onde há a sua volta uma pequena corte de personagens mais “unidimensionais”: Manolito, o menino plenamente integrado num capitalismo de bairro, absolutamente convencido de que o valor essencial no mundo é o dinheiro; Filipe, o sonhador tranqüilo; Susanita; a doente de amor maternal, perdida em sonhos pequeno-burgueses. E, depois, os pais de Mafalda, resignados, que aceitaram a rotina diária e, além disso, instigados, provocados pelos questionamentos da Contestadora Mafalda que não aceita as condições impostas pela sociedade.
As tiras da Mafalda, “Criança rebelde”, escrita e desenhada por Quino, humorista argentino, é conhecida além do público argentino, ultrapassando fronteiras chega no Brasil e outros paises. Nestas tiras Quino revela a idéia da menina atrevida, que possui ideais políticos e questiona o papel da educação revelando muitas críticas à escola.
Segundo Umberto Eco, “Mafalda é o personagem dos anos sessenta, podendo ser definida como contestadora, uma heroína “ enraivecida” que recusa o mundo tal como é”. A personagem pertence a um país repleto de contrastes sociais, demonstra idéias confusas sobre política e mostra-se insatisfeita com o sistema. As histórias em quadrinhos assumem a função questionadora de costumes, onde Mafalda reflete a tendência de uma juventude inquieta.
No olhar da Mafalda a sala de aula é representada por meio de uma educação tradicional, onde o professor é o centro do processo educativo, até as carteiras são dispostas em filas com os alunos sentados um atrás do outro. Há muitas criticas a respeito do processo de alfabetização. Mafalda se incomoda com as leituras que a professora lhe indica e reflete o porquê não escrevem livros com a linguagem das crianças?Pois é obrigada a ler frases sem sentido como, por exemplo “Ema vê a mesa da sala de estar”, sendo que estes tipos de leitura não acrescentam nenhum tipo de conhecimento a não ser a decodificação das letras. É de se pensar por que não alfabetizar com leituras que façam sentido e tenha significado para o aluno.
A escola, nas histórias em quadrinhos da Mafalda, aparece como lugar pouco atrativo e cansativo. Muitos dos amigos da Mafalda resistem em ir para a escola.
As criticas aos professores e ao currículo são acentudas, mostrando que o conteúdo trabalhado na escola não condiz com a realidade social. Susanita fica possessa em ter que preencher uma página de risquinhos e reflete que com professores deste tipo o país jamais irá para frente. Mafalda quer aprender a ler jornais e quer saber o que está acontecendo no mundo e é obrigada na escola aprender coisas sem sentido desconectada da realidade.
As tiras da Mafalda mostra o descontentamento com a educação e alerta para a necessidade de um redimensionamento da função da escola, para que ocorra uma transformação do meio social repleto de contrastes sociais, já que estamos vivendo em uma sociedade em constantes avanços tecnológicos, citadas por muitos autores como a sociedade do conhecimento e da inovação.
As tiras da Mafalda nos provocam a questionar sobre o que fazer quando vivemos em uma sociedade repleta de contradições, denominada “ sociedade do conhecimento”, contrastando com a marginalização de muitas pessoas, que buscam na sociedade da sobrevivência manter-se vivo.
Esta é a contradição da educação para classe trabalhadora! Que educação estamos oferecendo às crianças? Que escola? Que concepção de ensino e aprendizagem fundamenta nosso trabalho? Ou ainda, como lidamos com as “Mafaldas” que existem na nossa sala de aula?
São nas contradições criadas pela sociedade capitalistas que podemos criarmos espaços de resistências e construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Para tanto, precisamos deixar renascer em cada um de nós o espírito contestador da Mafalda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filisofando: introdução à filosofia.2 ed. São Paulo: Moderna,1993.
QUINO. Toda a Mafalda; [tradutores Andréa Stahel M. Da Silva...et. al.]. São Paulo: Martins Fontes,1993.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
DOIS OLHARES AO ESPAÇO-AÇÃO NA PRÉ-ESCOLA
O texto mostra-se como um convite para a reflexão acerca da prática docente, demonstrando que os atos de conhecer são momentos vivos, onde o conhecer é praticar a vida, e é o educador quem trabalha essa prática.
O espaço construído na educação infantil, de acordo com o texto, se constitui como o retrato da relação pedagógica. A partir do relacionamento desses dois sujeitos (educador e educando) o espaço vai sendo colorido e povoado, mostrando características específicas no aspecto da arrumação e organização.
Para a autora, a relação pedagógica como mera transmissão do conhecimento, onde o educando é receptor passivo, a sala de aula é organizada em fileiras, rígidas? ou regidas por normas e rotinas. Os alunos são obrigados a enfileirar-se até mesmo para entrar em sala, seguindo um tempo determinado pela professora e sem levar em conta a expressão das crianças.
Atualmente como mostra o texto, existem algumas experiências em relação à prática com diferentes enfoques pedagógicos. Neste enfoque o diálogo é muito presente, onde professor e alunos discutem sobre as atividades que irão trabalhar no dia. É comum as atividades acontecerem em grupos e ao mesmo tempo podem circular na sala diversas situações de aprendizagem, valorizando assim, o desenvolvimento da autonomia, ou seja, as próprias crianças se organizam e optam pela atividade e neste espaço está sempre presente a mediação da professora.
Nesta nova forma de trabalhar como explica o texto, os conteúdos vão surgindo a partir das necessidades dos alunos através da observação das várias linguagens “apresentadas” pelas crianças.
A partir da leitura do texto, somos provocados a refletir sobre os caminhos que norteia nossa prática na educação infantil?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MORAIS, Regis de (Org). Sala de aula que espaço é esse? 10 ed. Campinas. São Paulo: Papirus, 1996.
O espaço construído na educação infantil, de acordo com o texto, se constitui como o retrato da relação pedagógica. A partir do relacionamento desses dois sujeitos (educador e educando) o espaço vai sendo colorido e povoado, mostrando características específicas no aspecto da arrumação e organização.
Para a autora, a relação pedagógica como mera transmissão do conhecimento, onde o educando é receptor passivo, a sala de aula é organizada em fileiras, rígidas? ou regidas por normas e rotinas. Os alunos são obrigados a enfileirar-se até mesmo para entrar em sala, seguindo um tempo determinado pela professora e sem levar em conta a expressão das crianças.
Atualmente como mostra o texto, existem algumas experiências em relação à prática com diferentes enfoques pedagógicos. Neste enfoque o diálogo é muito presente, onde professor e alunos discutem sobre as atividades que irão trabalhar no dia. É comum as atividades acontecerem em grupos e ao mesmo tempo podem circular na sala diversas situações de aprendizagem, valorizando assim, o desenvolvimento da autonomia, ou seja, as próprias crianças se organizam e optam pela atividade e neste espaço está sempre presente a mediação da professora.
Nesta nova forma de trabalhar como explica o texto, os conteúdos vão surgindo a partir das necessidades dos alunos através da observação das várias linguagens “apresentadas” pelas crianças.
A partir da leitura do texto, somos provocados a refletir sobre os caminhos que norteia nossa prática na educação infantil?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MORAIS, Regis de (Org). Sala de aula que espaço é esse? 10 ed. Campinas. São Paulo: Papirus, 1996.
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